Quem Somos

Um veículo de comunicação que pretende a difusão de teorias acadêmicas,  conceitos, pensamentos e a produção de conhecimento que ajude a entendem as demandas e especificidades da comunidade afrobrasileira, sem perder de vista informações simples e noticias sobre os movimentos e instituições que congregam ativistas que atuam no combate as intolerâncias, ao racismo e aos preconceitos de gênero e raça.

Mas, isto não é nenhuma novidade, bem sabemos, pois a antes mesmo da existência dos movimentos em defesa da cidadania afrobrasileira e de combate ao racismo surgirem como ideologia, no formato como os conhecemos na atualidade, já existia no Brasil uma tentativa de estabelecer uma imprensa negra que data ao período colonial.

Nossa percepção de imprensa negra é aquela mencionada por SANTOS em Imprensa negra: a voz e a vez da raça na história dos trabalhadores brasileiros:  “o conjunto dos jornais que foram publicados, a partir do século XIX, com a intenção de criar meios de comunicação, educação e protesto para os leitores aos quais se dirigia”

Dentro desta perspectiva, nossa existência se deve aos esforços três ativistas do Movimento Negro, Margareth Ferreira, Marcos Chaves e Rosana Batalha, elaboradores dos primeiros exemplares do Jornal Afrolagos no ano de 2011, sendo  o primeiro veículo de comunicação ligado ao segmento atualmente denominado de mídia étnica, motivo porque nos orgulhamos por ajudar a construir essa parte da história da militância negra na Região dos Lagos.

É indiscutível a existência de um grupo social ansioso por um variado debate político-ideológico, estratégias de implementação de políticas públicas, artigos assinados e reportagens ligadas aos comportamentos, anseios, esperanças e reivindicações da comunidade afrobrasileira, mesmo a partir da percepção de que a maior parte desse segmento não é ligado a nenhum movimento de combate ao racismo.

A criação de um espaço de exposição de pensamentos e saberes aponta também para a possibilidade de abertura de novas observações e oportunidades, como por exemplo a  divulgação de iniciativas de sobre o afroempreendedorismo; as histórias de sucesso e superação de pessoas comuns dessas comunidades e territórios negros; os projetos  sociais e realizações que contribuem para mostrar os valores e elevar a auto estima de comunidades e periferias; além de aspectos culturais, sociais, políticos, histórios e religiosos.

Tal observação é importante, uma vez que como sabemos, as ações midiáticas e de marketing vêm sendo as principais responsáveis pelas mudanças no curso da história recente, no Brasil e no mundo, através das redes de relacionamentos, como o orkut, facebook e twitter, os blogs e sites como de informações como o wikileaks.

O que mais ouvimos por aí é que vivemos a ‘era da informação e comunicação’  mas existe um público que ainda não esta sendo pensado, visto e atendido em suas demandas pela maioria dos veículos convencionais de comunicação: uma comunidade negra cada vez mais exigente, organizada e ansiosa por novidades .

Adequando isto a uma realidade toda nossa, onde os jornais impressos ainda  são amplamente procurados, lidos e por conseguinte muito difundidos pelas pessoas que buscam com entusiasmo as informações difundidas pelos pequenos e médios periódicos existentes e dedicados a noticiar e informar o que acontece nos municípios da região, temos a demanda que se justifica também por uma análise superficial dos indicadores populacionais do IBGE, cujo censo de 2010, mostra a população residente dos municípios abrangidos por nossa proposta (Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Macaé, Maricá, São Pedro D’Aldeia, Saquarema e Rio das Ostras) como sendo de um pouco mais de um milhão de pessoas.
Quando fazemos o recorte por cor e raça, dentro da percentual nacionalmente verificada de 51,4% teremos pouco mais de 500.000 pessoas que poderiam ainda ser reduzidos a apenas 1/3 desse número, cerca de 170.000 pessoas, em uma exclusão de uma série de variantes mais pessimistas. Mesmo assim temos uma demanda muito considerável dentro de nossa região.
É nisto que acreditamos ao desenvolvermos a idéia de um Jornal Regional com uma linha editorial voltada para a diversidade, a história e as  inúmera vicissitudes a população afrobrasileira.
O ineditismo desta ação está exatamente em buscar a sustentabilidade econômica, para atingir um público nunca antes visibilizado como alvo a ser contemplado ou como mercado a ser atingido, por não estar incluído nas estratégias de mídia tradicionais e nem na visão de consumerista e econômica.
Após 02 anos sem publicação, o Jornal Afrolagos está de volta neste mês de Janeiro de 2015.
Nosso circulo midiático conta com  perfil nas redes sociais Facebook e Twitter, uma fan page no facebook e um blog e o trabalho para que tudo funcione de maneira ordenada e contínua é o grande desafio que se apresenta.

Temáticas Abordadas

• Colunas assinadas por membros do Conselho Editorial e Colunistas com vivência nas relações raciais;
• Reportagens sobre ações, atividades e projetos sociais das organizações não governamentais da cultura afro-brasileira;
• Divulgação da implementação de Políticas Públicas em na Região abrangida, no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil;
·      Informações acerca de personalidades, heróis e heroínas negras, bem como fatos históricos de interesse do público alvo;
• Produção e elaboração de eventos culturais, acadêmicos e artísticos para a integração social do público;


Disposições Finais

O JORNAL AFROLAGOS,  INFORMAÇÃO – EMPREENDEDORISMO – POLÍTICA – TRANSFORMAÇÃO, Primeira Mídia Étnica da Região dos Lagos é a consecução dos esforços de vários diversos militantes do Movimento Negro de Cabo Frio, expandindo para os municípios abrangidos e fruto de um pensamento construído nos últimos 10(dez) anos.
O êxito do projeto, entretanto, depende de parcerias e comprometimento e uma equipe consolidada a partir de vínculos sociais dos membros fundadores entre aqueles que efetivamente já contribuem com a erradicação de preconceitos e intolerâncias e percebem que as mudanças estruturais da sociedade para a construção de um mundo melhor depende de todos nós.

Margareth Ferreira
Produtora Afrolagos


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