Com esta frase, a Ministra Luiza Bairros abriu a III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, CONEPIR, no dia 06 de Novembro.
O que significa estar preparado?
Fazer
o melhor que podemos não é o suficiente para nós.
Em geral percebemos isto
ainda cedo e tentando encontrar um caminho cada vez mais firme para este
entendimento, vamos deixando mais evidenciado o sentimento de que nada será o
bastante em momento
algum.
Muito
embora tenhamos como alento os ensinamentos derivados das práticas religiosas que
professamos, quer seja na matriz africana, preservada por sua oralidade: “O TEMPO DÁ, O TEMPO TIRA, O TEMPO PASSA E A FOLHA VIRA.”
Ou,
naquela que aprendemos a conhecer através do processo de colonização, de matriz
ocidental cristã, escrita nos livros bíblicos como em Eclesiastes 3:01: “TUDO TEM O SEU TEMPO DETERMINADO, E HÁ TEMPO PARA TODO O PROPÓSITO DEBAIXO DO CÉU.”
Muitas
vezes deixamos nos conduzir pela sensação de que ainda não nos firmamos como
nação, por ceder aos impulsos estabelecidos a partir daquilo que separa e que alimenta
diariamente o ódio e as intolerâncias, não somente da sociedade excludente de
uma única cor, mas também pela ambição e sede de ocuparmos os poucos lugares destinados
a nós, mesmo em detrimento das conquistas sociais mais permanentes que os novos
discursos acadêmicos estabeleceram como
políticas públicas.
Ouvir
é uma das formas de assimilar, transmitir e reproduzir pensamentos e
conhecimentos, muito embora não valorizemos tanto quanto deveríamos aqueles que
historicamente vieram antes de todos os outros.
A verdade absoluta sobre o
tempo é sua perseverante maneira de demonstrar a circularidade presente no
âmago de todas as nossas ações. Então voltamos ao início de tudo, apresentando a
força e a luta das mulheres negras em nossa sociedade, cujo trabalho incansável
amamentou, criou e educou; limpou, cuidou e preservou; rezou, zelou e
dignificou a filosofia, a cultura e as pessoas que delas se serviram.
Precisaram, usaram, abusaram e a seguir desqualificaram em um poderoso processo
de violência, invisibilidade e negação
de direitos.
Ainda que o tempo possa corrigir distorções e
injustiças, homenagens póstumas precisam ser cada vez mais raras, porque as
verdadeiras homenagens devem ser feitas agora, porque são o verdadeiro
PRESENTE.
Assim o JORNAL AFROLAGOS está de volta, ainda que virtualmente, mas preparado para contribuir, trazendo sempre INFORMAÇÃO, EMPREENDEDORISMO e POLÍTICA semeando a TRANSFORMAÇÃO.
Não somos, tradicionalmente, o público alvo das demais mídias, um motivo relevante para estamos preparados para fazermos nós mesmos a nossa mídia. Asé!
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