Fazer
o melhor que podemos não é o suficiente para nós.
Em
geral percebemos isto ainda cedo e tentando encontrar um caminho cada vez mais
firme para este entendimento vamos deixando cada vez mais evidenciado o
sentimento de que nada será o bastante em momento algum.
Muito
embora tenhamos como alento os ensinamentos derivados das práticas religiosas que
professamos, quer seja na matriz africana preservada por sua oralidade:
“O TEMPO DÁ, O TEMPO TIRA, O TEMPO
PASSA E A FOLHA VIRA.”
Ou,
naquela que aprendemos a conhecer através do processo de colonização, de matriz
ocidental cristã, escrita nos livros bíblicos com em Eclesiastes 3:01:
“TUDO TEM O SEU TEMPO DETERMINADO, E HÁ TEMPO PARA TODO O
PROPÓSITO DEBAIXO DO CÉU.”
Muitas
vezes deixamos nos conduzir pela sensação de que ainda não nos firmamos como
nação por ceder aos impulsos estabelecido a partir daquilo que separa e que alimenta
diariamente o ódio e as intolerâncias, não somente da sociedade excludente e um
única cor, mas também pela ambição e sede de ocuparmos os poucos lugares
destinados a nós, mesmo em detrimento das conquistas sociais mais permanentes
que os novos discursos acadêmicos estabeleceram como políticas pública.
Ouvir
é uma das formas de transmitir e reproduzir pensamentos e conhecimento vindos
de muito longe reafirmam as verdades verticais sobre o tempo e sua perseverante
maneira de demonstrar a circularidade presente no âmago de todas as nossas
ações.
Então
voltamos ao início de tudo, apresentando a força e a luta das mulheres negras
em nossa sociedade, cujo trabalho incansável amamentou, criou e educou; limpou,
cuidou e preservou; rezou, zelou e dignificou a filosofia, a cultura e as pessoas
que delas se serviram, precisaram, usaram, abusaram e a seguir desqualificaram
em um poderoso processo de violência, invisibilidade e negação de direitos.
Ainda
que o Tempo possa corrigir distorções e injustiças, homenagens póstumas
precisam ser cada vez mais raras, porque as verdadeiras homenagens precisam ser
feitas agora, por são o verdadeiro PRESENTE.
Assim o JORNAL
AFRO-LAGOS pretende contribuir, trazendo sempre INFORMAÇÃO, POLÍTICA e TRANSFORMAÇÃO a pessoas que tradicionalmente
não são o público alvo de todas as outras mídias: você!
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