quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Editorial da Edição nº 1

Fazer o melhor que podemos não é o suficiente para nós.
Em geral percebemos isto ainda cedo e tentando encontrar um caminho cada vez mais firme para este entendimento vamos deixando cada vez mais evidenciado o sentimento de que nada será o bastante em momento algum.
Muito embora tenhamos como alento os ensinamentos derivados das práticas religiosas que professamos, quer seja na matriz  africana preservada por sua oralidade:
            O TEMPO DÁ, O TEMPO TIRA, O TEMPO PASSA E A FOLHA VIRA.”
Ou, naquela que aprendemos a conhecer através do processo de colonização, de matriz ocidental cristã, escrita nos livros bíblicos com  em Eclesiastes 3:01: 
         TUDO TEM O SEU TEMPO DETERMINADO, E HÁ TEMPO PARA TODO O PROPÓSITO DEBAIXO DO CÉU.”
Muitas vezes deixamos nos conduzir pela sensação de que ainda não nos firmamos como nação por ceder aos impulsos estabelecido a partir daquilo que separa e que alimenta diariamente o ódio e as intolerâncias, não somente da sociedade excludente e um única cor, mas também pela ambição e sede de ocuparmos os poucos lugares destinados a nós, mesmo em detrimento das conquistas sociais mais permanentes que os novos discursos acadêmicos estabeleceram como políticas pública.
Ouvir é uma das formas de transmitir e reproduzir pensamentos e conhecimento vindos de muito longe reafirmam as verdades verticais sobre o tempo e sua perseverante maneira de demonstrar a circularidade presente no âmago de todas as nossas ações.
Então voltamos ao início de tudo, apresentando a força e a luta das mulheres negras em nossa sociedade, cujo trabalho incansável amamentou, criou e educou; limpou, cuidou e preservou; rezou, zelou e dignificou a filosofia, a cultura e as pessoas que delas se serviram, precisaram, usaram, abusaram e a seguir desqualificaram em um poderoso processo de violência, invisibilidade e negação de direitos.
Ainda que o Tempo possa corrigir distorções e injustiças, homenagens póstumas precisam ser cada vez mais raras, porque as verdadeiras homenagens precisam ser feitas agora, por são o verdadeiro PRESENTE.
Assim  o JORNAL AFRO-LAGOS pretende contribuir, trazendo sempre INFORMAÇÃO, POLÍTICA e TRANSFORMAÇÃO a pessoas que tradicionalmente não são o público alvo de todas as outras mídias: você!



Nenhum comentário:

Postar um comentário