“E no final, o amor
que você recebe é o mesmo que você dá.”
Simples assim e exatamente como
são todas as coisas capazes de nos fazer dar aquela respirada profunda e
usufruir de um sentimento de paz silente e deliciosa.
E, mesmo sendo eu, daquelas
pessoas que gostam de trocadilhos e frases de duplo sentido, sempre com aquele
libertário prazer de transpor a hipocrisia dominante, não consigo fazer uma
piadinha com essa frase tão profunda, na verdade é parte da música dos The Beatles
com o nome “o fim”, porém somente notabilizada em minha vida pela tatuagem lateral
no corpo de minha filhota.
Sinto que chego ao limiar de
minha maturidade ainda com a leveza ideológica da crença e querência de poder mudar
o mundo... É de rir de mim mesma...
Mas, já amolecida por muitas
emoções e o choque de realidade de minha própria vida, além da observância
superficial da vida alheia, através de uma janela indiscreta, seletiva e
permissiva, das redes sociais vou praticando uma coisa chamada auto crítica. Só
quero respeito e silêncio. Sou capaz de brigar e fazer muito barulho por isto.
Que contradição!
Tenho absoluta certeza de que
depois de minha iniciação ao candomblé fiquei mais condescendente e tolerante e
lembro que na Sutra Sagrada “Chuva de Néctar da Verdade” , que conheci na Seicho
No Ie, tinha uma frase que me massacrava
quando a hipocrisia social me fazia ser gentil e educada: “ser tolerante ou se
condescendente não significa estar em harmonia do fundo do coração”. Mas, como
dizem os meus mais novos #sóquenão ...
Minha tolerância candomblecista é
tão suave e agradável quanto é a condescendência de olhar nos olhos de quem me
agride e pensar que suas atitudes têm respaldo nos valores que aquela pessoa
vem carregando, desde o nascimento. Nas
necessidades dela e em sua forma de ver o mundo; nas escolhas que ainda não
aprendeu a fazer; em sua percepção do lugar que ocupa nesta existência; ou
mesmo na crença de haver outras tantas e tantas existências; em seu mundo... no
amor que recebeu.
E mesmo nos momentos em que a
desarmonia me domina e quer me controlar novamente me tornando egocêntrica e
beligerante, vem meu pai Sangó... Ele toma conta do meu sentir e pensar; ver e
falar; mover e parar. E quando se vai consegue levar para longe todos aqueles
sentimentos de mágoa, rancor e ódio, me harmonizando total e suavemente.
O resumo do meu sentimento está inserido
na frase inicial que mesmo em sua perfeição absoluta e energética nos parece
tão simples.
Nesta retrospectiva, que é feita
a partir de um conjunto de saberes, fazeres e olhares, descobri que minha
harmonia e paz interior é acompanhada por muitas outras pessoas de diversas
moradas espirituais. Exatamente, como já vem sendo dito, repetido e Bendito há
milhares de anos, por diferentes ancestrais e em muitos idiomas, inclusive em
mandarim, jeje, nagô e aramaico. Isto
não tem arrogância capitalista, nem intensão proselitista, apenas a inocência
infantil de uma iawo...
O que registro aqui para simbolicamente
resumir meu ano de 2014 é o sentido e a visão emblemática de um “pit stop”. Visto e revisto. Corrigido e
ajustado. Calibrado e reequilibrado e volto para pista... Sem pressa ou
afobação, pois não estou disputando nenhum grande prêmio... Só estou no
páreo... correndo junto e dando suporte. Somos Dessas!
Feliz 2015!!!
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