sábado, 3 de janeiro de 2015

#LibertemMirianFrança #JustiçaparaGaia


No dia de hoje, logo pela manhã me deparei com um post emocionado de um amigo, morador do Bairro Monte Alegre, na periferia de Cabo Frio em seu perfil no facebook: "Forjaram meu filho que chegou cansado do trabalho, ai eu perguntou como devo confiar nesta polícia, basta ser negro e corre na comunidade que eles já. Jogam maconha,cocaína na conta do trabalhador, nao justifico erro ,porém hoje a vergonha deles será minha vitória, eles alegou na delegacia que quem pudesse ser testemunho poderia acompanhar a viaturas porém a verdade é que eles disseram quem se manifestasse iriam responder por associação, com todo respeito bando de safado." Fiquei preocupadíssima, pois conheço pessoalmente o autor do post e sua responsabilidade pessoal de comunitária e sei que ele jamais postaria algo do gênero sem a certeza absoluta do ocorrido. Tinha acontecido a noite e foi muito cedo quando li e comecei a tentar saber mais sobre o tema. Houve muita mobilização pelo facebook e a tarde seu filho foi solto. 

Alguns momentos mais tarde tivemos acesso um outro fato estarrecedor, bastante similar do caso que já ouvira falar pela midia convencional sobre a morte de uma turista italiana Gaia Molinari, em Jericoacoara/CE, um dos roteiros turísticos mais famosos no mundo. 

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No perfil da Dra. Jurema Werneck, informações sobre a prisão da Doutoranda Miriam França, da UFRJ, no Ceará, sob suspeita de ter assassinado a turista italiana no dia 25/12. 
Acontece que segundo vários amigos de Mirian sua conduta é ilibada, tranquila e seu hobby é viajar como mochileira para vários destinos turísticos. 
É o que se depreende também de seu perfil na rede social facebook.
Mulher Negra, oriunda de família pobre que encontra-se em um dos espaços acadêmicos mais importantes do país, Miriam é mais uma das vítimas do Racismo institucional que controla nossos aparelhos de Segurança pública causando medo e insegurança a negros e negras pelo país.
Presa sem provas, apenas por indícios e a pressa de uma delegada que deseja dar satisfação midiática a turistas internacionais, Miriam está agora contando com o apoio de milhares de amigos e anônimos da luta racial no Brasil que nas redes sociais ampliam a mobilização virtual compartilhando #LiberdadeparaMirianFrança  e #JustiçaparaGaia hastegs acompanhadas de fotos da pesquisadora e textos de amigos contendo informações sobre o que está sendo providenciado para abreviar o sofrimento de Mirian. 
A repercussão nas redes ajuda a evitar que mais excessos possam ocorrer através desastrada atuação policial em busca de midia.

Foto Diário do Nordeste / Vermelho.org
Como está publicado no sitio www.vermelho.org sobre o caso:

"Não se vislumbra motivos, nem qualquer vestígio no histórico da acusada, uma estudante de pós-graduação da UFRJ, interessada em questões raciais e sociais no Brasil, como mostra o seu perfil no facebook, que trouxesse ao menos uma sombra de possibilidade de que estivesse envolvida na execução de um crime brutal. A única coisa que foge a rotina da classe média brasileira, é o fato de ser negra. Seria isso um crime?

Repetimos: de modo nenhum afirmamos que não há chance de a acusada ter estado envolvida no crime. Mas apenas que não se pode, julgando pelo que até agora a imprensa e as autoridades apresentaram ao público, concluir que esteve e, menos ainda, que deveria ser presa. O que até agora se viu não mostrou qualquer fato relevante para justificar sua prisão para a opinião pública. A não ser que o fato de ser negra já baste, para uma opinião pública branca e racista, como prova de delito. O silêncio em torno dos pontos obscuros do assunto parece acenar para esta última hipótese."


Segundo informações que estão sendo veiculadas na página do facebook (https://www.facebook.com/liberdadeparamirian?notif_t=page_new_likes)  para ajudar a dar capilaridade as informações sobre o caso, o Dr. Humberto Adami, conhecido advogados das Relações Raciais no Brasil é o advogado de Mirian.

No mesmo dia, em municípios distantes, mas aproximados pela rede social podemos observar de duas maneiras diferentes a ação do racismo institucional, procurando lançar mão de pessoas negras, antes desprotegidas e agora fortalecidas pela rápida viralização de suas situações pelas redes sociais.

A palavra usada pelo pai desesperado com a prisão de seu filho: "Forjaram" me chamou a atenção. 
A marca da forja nos dias atuais não tem mais o caráter de queimar a pele preta e marcá-la como propriedade do Senhor de Escravos,  mas pretende interferir em nossa caminhada e marcar nossa alma apontando-nos o lugar que nos foi destinado e de onde não querem permitir que saiamos.
Os tambores virtuais estão soando...
Precisamos nos acolher e unir para evitar injustiças, os desmandos policiais, homicídios em massa e todos os tipos de crimes que se repetem com as pessoas negras deste país e que sempre foram naturalizados. Agora começam a ser desmoralizados e apurados com rapidez e habilidade com a ajuda deste instrumento midiático que nos pertence. 

Fonte: Portal R7 e Redes Sociais 

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