quarta-feira, 29 de junho de 2011

Wellington Pacheco, músico e interprete

“Luz das estrelas, laço do infinito...
Gosto tanto dela assim...
Gosto de filha, Música de Preto...
Gosto tanto dela assim.”
Caetano Veloso

A voz de Djavan eternizou a missiva do poeta Caetano Veloso de explicitar o incomensurável sentimento à sua amada, fazendo citação a “música de preto” descrevendo assim de maneira lúdica o seu imenso e desmedido amor.

É sobre esta musicalidade tão pródiga de talentos em nossa região, que a coluna AfroSom abordará temas, personagens, programações e eventos, dando ênfase a vocação natural de nosso povo e a africanidade tão enraizada na Musica Popular Brasileira.

Onde estão, o que estão produzindo, e o que estão pensando os nossos talentos?

E tudo isso é claro, destacando o samba, jazz, hip hop, reggae, jongo, blues, black music e todas as nuances do nosso universo afro.

Entrevista WELLINGTON PACHECO

Nascido na cidade de Campos dos Goitacazes e criado na cidade de Cabo Frio, Wellington Pacheco teve sua iniciação musical nas rodas de samba que freqüentava desde sua infância, participou do Grupo K-Ô no auge da sua formação e a na fundação do Grupo Perfil, dois expoentes na cultura de nossa cidade.

Após duas temporadas na Europa, Wellington estreia nossa série de entrevistas da Coluna AfroSom.
AfroSom – Qual o seu atual projeto musical ?

Wellington - Um novo grupo “Mistura Brasil”, com músicos de longa estrada, resgatando o samba de raiz com um repertório vasto de cartola a Diogo Nogueira.

A intenção é repetir a experiência que desenvolvi na turnê da Europa, nas duas oportunidades que lá estive.

AfroSom – Em suas estadas na Europa, qual a maior diferença de produção cultural que você encontrou por lá?

Wellington - Existe uma maior identidade cultural, por toda a Espanha acontecem festas ciganas com danças flamencas e o tango espanhol é maciçamente difundido.

AfroSom - Quais artistas influenciaram diretamente o seu trabalho?

Wellington - As interpretações de Emílio Santiago, Alcione e Djavan. Sempre ouvi muita MPB e esses intérpretes me inspiravam.

AfroSom – Qual foi o momento mais marcante da sua carreira?

Wellington – 1995. Gravação do primeiro CD do Grupo K-Ô em São Paulo na gravadora Continental Music.

“Oh mulata linda, que bole bole
Que mexe mexe
Que tem sacode
O que que acontece?
Quando ela passa e não olha prá mim”

Essa linda composição é da autoria de Netinho de Paula e Waguininho.

AfroSom - Qual a composição musical que você gostaria que tivesse sua autoria ou que sonha em interpretá-la?

Wellington - “O sol há de brilhar mais uma vez,
                       O amor há de voltar aos corações”
Essa composição é de Cartola “Juízo Final”.

AfroSom – O que falta para a região dos lagos, tão pródiga de talentos, despontar nacionalmente?

Wellington - É de suma importância o intercâmbio de profissionais, hoje vemos músicos locais acompanhando artistas de renome internacional.

É o momento de discutirmos uma Lei Municipal de Incentivo a Cultura que contemple todos os setores e áreas culturais.

Existem em outras cidades “Selos” próprios de gravadoras que incentivam os artistas, não obstante a comercialização dos mesmos.

AfroSom – As rádios locais contemplam nossos talentos locais com a atenção e o carinho devidos?

Wellington - Não.

AfroSom – É possível , independente da sazonalidade um artista viver da noite na Região dos Lagos?

Wellington - Não.

Afrosom - Qual a mensagem que você gostaria de deixar para estes jovens talentos que despontam em nossa região?

Wellington - Estudem música e tenham a música como profissão. A música é uma linguagem universal e em qualquer lugar do mundo eles serão reconhecidos como músico.

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